Imagina a confusão que seria se o filho da presidenta dos Estados Unidos se apaixonasse pelo príncipe do Reino Unido? Mesmo nos dias de hoje, onde relações homoafetivas são melhor aceitas pela sociedade, ainda teria toda a questão política por trás disso tudo.
Essa é a premissa de Vermelho, Branco e Sangue Azul, romance de estreia da autora americana Casey McQuiston. A obra foi lançada no final de 2019 e chegou recentemente ao Brasil, pela editora Seguinte.
Eu li o livro e se você está buscando uma leitura leve e divertida, vou te contar seis motivos pelos quais você também deveria ler.
A premissa de Vermelho, Branco e Sangue Azul
Alex Claremont-Diaz é um belo rapaz de 21 anos, muito carismático, inteligente e que adora estar na mídia. Filho da presidenta dos Estados Unidos, o rapaz sente muito orgulho de seu sangue latino e do fato de sua mãe ser a primeira mulher latina a conseguir chegar à presidência dos EUA.
Por questões estritamente políticas, Alex e sua família estão constantemente se encontrando com a família real britânica, seja para eventos, seja para compromissos diplomáticos. Alex não vê muita graça na realeza, sempre tão robótica e pouco expressiva.
De todos os membros da família real, o mais irritante é Henry, o jovem príncipe. Silencioso, educado e totalmente formal até nos mínimos detalhes, o rapaz de beleza clássica e olhar misterioso desperta em Alex uma irritação constante e difícil de decifrar. Mas será mesmo que é irritação?
À medida que eventos não esperados obrigam Alex e Henry a conviver, os dois rapazes vão percebendo que a tal irritação na verdade pode ser um sentimento muito maior, melhor e mais confuso que isso. Mas como lidar com uma situação dessas sem comprometer a reeleição da mãe de Alex e nem os costumes seculares da coroa britânica? Como lidar com a opinião pública e com os planos que ambas as famílias já haviam feito para os dois?
Lendo Vermelho, Branco e Sangue Azul você encontrará a resposta. Ainda não está convencido? Vou te dar 6 motivos pelos quais você deveria ler o livro. E fica tranquilo, dosei a quantidade de spoilers e não vou falar nada que já não esteja na sinopse da obra.

1 – Retrata a diversidade
Histórias de príncipes que se apaixonam por plebeias ou de membros da Casa Branca que se apaixona por anônimas têm aos montes na literatura, no cinema e na televisão. Mas uma história que foque numa relação entre dois caras é inédita – e muito divertida.
Tanto a Coroa Britânica quanto a Casa Branca despertam fascínio, especialmente pelos segredos que se escondem por trás daquelas paredes. Mostrar que um desses segredos pode muito bem ser uma relação homoafetiva é uma maneira bacana de tratar a representatividade.
Ao se dar conta de que o que sente por Henry na verdade não é irritação, Alex mergulha em uma fase de questionamentos e autoconhecimento sobre sua sexualidade. Nessa parte da história muitos lgbts vão se identificar e refletir sobre o momento em que descobriram que são como são.
Além disso, Alex fala várias vezes sobre sua herança latina e sobre a importância da latinidade na sociedade americana. Usar um protagonista não-branco e retratá-lo como primeiro-filho é mais um acerto da autora.
2 – É uma história leve
Quando você começar a ler Vermelho, Branco e Sangue Azul, vai perceber que a história flui muito rápido. A linguagem empregada na escrita é totalmente informal, o ritmo é acelerado e a autora mescla narrativa convencional com outros tipos de texto, como emails e mensagens de texto. Um típico romance do século XXI.
3 – Não é apenas romance
Política e Diplomacia estão presentes o tempo todo na história. Em certos momentos, esses assuntos assumem o protagonismo para que o leitor entenda como a situação de Alex e Henry é delicada e o quanto ambas as famílias têm a perder se a situação não for conduzida da maneira correta.
Se para dois anônimos assumir uma relação gay por vezes já não é nada fácil, para os dois jovens mais vigiados do mundo é menos ainda. Não bastasse as expectativas por parte dos parentes, eles precisam lidar com as expectativas que a mídia e a sociedade têm sobre suas vidas amorosas.

4 – Tem bastante humor
Alex é muito debochado. Não tem papas na língua e geralmente fala o que pensa na lata. Isso rende comentários ácidos, muito humor e algumas situações delicadas. A relação de Alex com sua irmã June e sua melhor amiga Nora é bastante explorada no romance e também rende diálogos divertidos.
Por fim, o contraste entre a personalidade expansiva de Alex e o jeitinho contido de Henry cria uma divertida dicotomia. Todo mundo diz que os opostos se atraem, mas… e depois? Conseguem permanecer juntos apesar das diferenças?
5 – Te traz muitas referências
Como uma boa história da era digital, parte da narrativa de Vermelho, Branco e Sangue Azul se dá por troca de e-mails e mensagens. Ao longo dessas conversas, o leitor passa a conhecer diversas referências literárias, históricas e políticas. Não vou contar como, mas você vai entender quando ler
6 – Tem cara de filme
Quando você terminar o livro, a primeira coisa que vai passar por sua mente é: esse livro deveria ganhar um filme. E deveria mesmo! O roteiro está praticamente pronto e a história é deliciosa.
O coro de fãs de Vermelho, Branco e Sangue Azul que pedem uma adaptação da história para o cinema ou para a televisão vem crescendo nas redes. Eu engrosso o coro e torço para que essa adaptação se torne realidade!
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Arte de capa e capa do livro: Isadora Zeferino